Resenhado por: Juju  
Título: As Irmãs e o Mar   
Livro Único.  
Autor: Lucy Clarke     
Editora: Rocco   
Páginas: 352   
Ano: 2014  

Sinopse: Hephzibah e Rebecca são irmãs gêmeas, mas muito diferentes. Enquanto Hephzi é linda e voluntariosa, Reb sofre da Síndrome de Treacher Collins — que deformou enormemente seu rosto — e é mais cuidadosa. Apesar de suas diferenças, as garotas são como quaisquer irmãs: implicam uma com a outra, mas se amam e se defendem. E também guardam um segredo terrível como só irmãos conseguem guardar. Um segredo que esconde o que acontece quando seu pai, um religioso fanático, tranca a porta de casa. No entanto, quando a ousada Hephzibah começa a vislumbrar a possibilidade de escapar da opressão em que vive, os segredos que rondam sua família cobram-lhe um preço alto: seu trágico fim. E só Rebecca, que esteve o tempo todo ao lado da irmã, sabe a verdadeira causa de sua morte... Hephzi sonhara escapar, mas falhara. Será que Rebecca poderia encontrar, finalmente, a liberdade? 
 
 
Resenha:

Estarrecedor & Comovente  

"Houve uma resposta para cada pergunta, uma desculpa para cada palavra."
 

Hephzibah e Rebecca são irmãs gêmeas no entanto são completamente diferentes. Enquanto Hephzibah é linda, sagaz e decidida, Rebecca é o oposto, nascida com uma síndrome chamada Treacher Colllins ( caracterizada pela deformidade facial devido a constituição óssea) ela se esconde do mundo, tímida e temerosa que vive a sombra de Hephzibah, até o dia que sua irmã morre e ela se encontra sozinha não apenas no mundo, mas dentro de sua própria casa, o que é um tormento maior que o próprio inferno. Roderick "O Pai" como é chamado, é um homem com complexo de Deus, dentro de sua casa ele é o próprio Deus, e reina soberano sobre sua família, crueldade e tortura psicológica são os meios de manter sua família "unida", para toda sociedade ele é um Pastor, caridoso, benevolente e um ser humano iluminado ou seja um verdadeiro sociopata.  Quando começamos a leitura a primeira coisa que indagamos é "onde está essa mãe?" - "por que ela não protege suas filhas" a resposta é que a mãe Maria é uma mulher submissa ao marido, ela fecha os olhos para as atrocidades e me pergunto se ela não sentia um prazer agradável ao presenciar os maus tratos sofridos por suas filhas. 
As irmãs passaram toda a infância e adolescência presas em um cativeiro a casa da família, a educação foi feita em casa através da mãe, as saídas se resumiam a limpeza para a casa paroquial - e que tenha piedade se uma partícula de pó for visível - e aos cultos ministrados pelo pai. A bondade e o amor são apresentados as irmãs através da avó materna, ela conseguiu tirar as garotas de casa em algumas ocasiões e mostrar o lado bom da vida a elas, coisas simples mas que as fizeram acreditar que o mundo poderia ser um lugar melhor, que a grande maioria dos pais não era como os delas até o dia que o pai descobriu a avó nunca mais voltou e depois de um tempo ela faleceu. A grande reviravolta acontece quando as irmãs conseguem a permissão para frequentar a escola, Hephzibah logo se destaca linda e popular ela consegue se destacar em pouco tempo, enquanto Rebecca tímida se esconde na biblioteca do colégio e viaja através das histórias criando vidas diferentes e sonhos nunca antes sonhados. Conforme a história se desenrola Hephzibah cria um plano de fuga e como qualquer adolescente quer sua liberdade a qualquer custo.  O grande mistério da história é as circunstancias da morte de Hephzibah, e o que acontece com Rebecca. Rebecca tem que aprender a lutar sua própria guerra, ser a dona de seu destino e com sorte sair viva para contar ao mundo como tudo aconteceu. A história nos tira o sono, nos prende de tal maneira que é praticamente impossível não devorar os capítulos, nos tira o folego em determinadas cenas, nós torcemos por final feliz e a expectativa para que o mistério nos faz roer as unhas. Indico a leitura a todos que apreciam um livro que mexe com nossos sentimentos, nos faz refletir e questionar a natureza humana. 
 
 
 
 
 
 
 


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